sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Pequenas Histórias

Hoje tive o prazer de ir ao cinema para assistir a Pequenas Histórias, o novo longa escrito e dirigido por Helvécio Ratton. Há tempos eu não ia ao cinema e assistia a um filme tão simples, tão meigo, tão tocante e tão sensível.
Em Pequenas Histórias, o leitor/espectador depara-se com Fia (Marieta Severo), na condição de narradora-personagem. Fia narra as quatro histórias de um jeito tão especial, que chegamos a confundi-la com uma típica contadora de causos do Estado de Minas Gerais.

Algo que me chamou a atenção neste longa é o fato de ele romper com o paradigma (e por que não estigma?) de que produções nacionais devem retratar o Nordeste semi-árido (vide Central do Brasil, Auto da Compadecida, Eu, Tu, Eles...) ou a violência da vida nas metrópoles (vide Carandiru, Antonia - o filme etc.). O filme retrata aspectos regionalistas do Brasil, com histórias se passando no interior de Minas Gerais. Em Pequenas Histórias o espectador depara-se com personagens que são elementos do folclore brasileiro, algo que pode ser entendido como uma tentativa de Ratton em se resgatar e preservar as tradições da cultura brasileira.

Vale a pena ir ao cinema e se deleitar com o 'causo amoroso' de Tibúrcio (Maurício Tizumba) e Yara (Patrícia Pillar), se comover com o causo do Papai Noel, numa atuação brilhante de Paulo José. Isso sem contar nos arrepios que a platéia sentirá ao ver o causo da procissão das almas, ou mesmo rir a valer com a ingenuidade (e por que não originalidade) de Zé Burraldo.

Pequenas Histórias é mesmo um filme para toda a família. Nota 10 para a sensibilidade e originalidade de Helvécio Ratton.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Jane Monheit

Quem ainda não ouviu, não sabe o que está perdendo. Jane Monheit é uma jovem com uma voz super gostosa de se ouvir, uma musicalidade excepcional e canta como uma diva.
Aqui eu resolvi postar Taking a chance on love, uma música muito linda que conta a estória de alguém que decide dar uma nova chance ao amor. Veja o clipe abaixo para ter certeza do que eu estou a dizer:

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Pequena Miss Sunshine

Little Miss Sunshine conta a história da família Hoover, uma família completamente fora dos padrões de "família feliz" do American Dream. Os Hoover deveriam ser uma família completamente feliz, se não fosse por alguns detalhes: O pai da família, Richard, interpretado por Greg Kinnear adota um plano de auto-ajuda baseado em nove passos (que sempre fracassam) e acaba levando a família toda a miséria. A mãe, Sheryl, interpretada por Toni Collette é uma dona de casa frustrada e infeliz no casamento. Olive (Abigail Breslin), a filha caçula, é uma garotinha inteligente, esperta e que não se encaixa no padrão de beleza de uma miss.

Além desses personagens, tem-se Dwayne (Paul Dano), um garoto que faz voto de silêncio até entrar para a U.S. Air Force e se tornar um piloto de caças; o avô (Alan Arkin), que foi expulso do asilo onde morava por ser viciado em heroína; e, por fim, Frank (Steve Carell), um professor de literatura que se considera o maior estudioso de Proust nos Estados Unidos.

O filme começa com a típica cena "retrato de família": todos sentados à mesa na hora do jantar. Olive pergunta a Frank porque seus pulsos estão cortados e ele explica-lhe que isso se deve ao fato de ele ter se apaixonado por um de seus alunos e a paixão não ter sido correspondida. Em seguida, o telefone toca e Olive é convidada a participar do concurso de beleza para pré-adolescentes Pequena Miss Sunshine, na Califórnia.

Todos comemoram e se preparam para cruzar o país numa Kombi velha. E é no decorrer da viagem que as ações se desenvolvem de modo cômico e ao mesmo tempo ácido. Os Hoover sempre se viram como uma família de vencedores e nesta viagem, percebe-se que esta é a visão interna da família, pois, aos olhos dos outros, esta seria uma família de perdedores.

Richard arruinou as finanças da família; Sheryl é frustrada no casamento e na vida pessoal; Frank perdeu o emprego por causa de uma paixão não correspondida que culminou num escândalo profissional; Dwayne descobre que é daltônico e não poderá pilotar nenhum avião; Olive é desajeitada, usa óculos "fundo de garrafa" e não se encaixa em nenhum padrão internacional de beleza; o avô morre de overdose durante a viagem.

A viagem dos personagens pode ser entendida como sendo um rito de passagem, pois é durante essa jornada que os personagens se vêem inseridos num processo de auto-conhecimento. É nesta viagem que os Hoover percebem que, para serem vitoriosos, basta que eles sejam originais. Enfim, vale a pena assistir a Pequena Miss Sunshine para entender o universo psicológico em que os personagens encontram-se inseridos.